11.6.11

dos olhos verdes e saia curta


Né... fala sério!
Ela caminhava sempre naquela marcha sensual e firme.
Seu rosto levemente arredondado, boca larga e lábios grossos e vermelhos. Olhos verdes. Cabelo escuro. Estatura baixa, seios fartos.
Certa vez a vi sentada no bar da esquina, era umas quatro da tarde. Uma pequena porção de luz do sol ainda lambia a perna da mesa, pincelando de amarelo a coxa delgada, fazendo brilhar os pelinhos tão finos quanto o possível de enxergar. Já tinha visto ela com aquela saínha jeans. O verão é a estação perfeita pra ela. O inverno não tem o direito de privar o mundo daquelas pernas, barriga e seios esculpidos por algum artista que a fez como obra fundamental. Estado da arte.
Na ocasião, eu vinha correndo de uma entrevista e precisava entregar o texto pro revisor em quarenta e cinco minutos.
Era uma matéria sobre a patética reforma que tavam fazendo do praça principal. Então vou eu passando pelo bar da esquina e vejo aquela cena surreal. E mais surreal foi ela ter sorrido pra mim. Vocês não vão acreditar. ELA ACENOU E ME CHAMOU. Como assim?
Fiquei um pouco sem jeito e perguntei se era comigo mesmo. Ela confirmou com a cabeça enquanto caía um pouco da franja sobre os olhos e o nariz. Os três segundos que fiquei paralisado ao ver a cena pareceram três horas. (imaginem essa cena com uma iluminação fria e azulada).
O copo de cerveja que ela segurava na mão esquerda refletiu um raio de sol que fez o favor de me tirar do transe. Obviamente fui até a mesa dela - agora já nem importava mais a figura do revisor na história - e perguntei em que eu podia ajudar. Ela disse pra eu sentar na mesa que precisava de companhia, estava muito triste - adeus revisor.
Disse que o namorado tinha terminado com ela - que imbecíl.
Me convidou para ir a uma festa e tomar todas as champanhas possíveis. Aceitei.
Fomos para a casa de uma amiga saída da mesma forma que ela. Porém, ruiva.
Passamos algumas horas falando sobre como a vida é injusta com as pessoas - naquela situação não havia injustiça nenhuma em minha vida.
Por volta das duas da madrugada ela foi ao banheiro e demorou um pouco a voltar. Sua amiga foi ver o que tinha acontecido e também sumiu. Poxa. Fiquei preocupado. Ouvi um grito seguido por risadas das duas. Obviamente, fui verificar. Sim. Elas estavam seminuas sobre a cama com lençol de seda preto. Sabe aquela cena de filme? Pois é.
As duas perceberam que eu estava escorado na porta paralisado. Sentaram-se encostadas na parede e, simultaneamente esticaram os braços e com o indicador me convidaram para o que seria a maior festa sexual que a minha vida poderia suportar. Duas ninfas, provavelmente saídas da mente de Nabokov, e eu. Como num flash, eu estava sobre a cama só de meias. (?)
A amiga ruiva, me puxou pelo cabelo e beijou meu pescoço enquanto a semideusa morena jogava champanha sobre o peito. Flutuamos em um ato surreal. Mas, né. Fechei os olhos enquanto beijava os lábios macios das duas ao mesmo tempo.
Ao abrir os olhos me deparei com uma senhora sem dentes e quase careca sorrindo pra mim e dizendo: vem cá, garotão!

*sonhei isso noite passada.

Um comentário:

  1. hahahaha. Ai, Kareka. É muito fantasia masculina, filme hollywoodiano este teu post. Me engana que isso foi um sonho; nada... é ficção vinda da tua cabecinha. beijo

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