13.7.10

Entrevista com a Rinoceronte

Eis uma entrevista com a melhor banda de Santa Maria nos últimos 20 anos sobre o clipe da música Anda no Ar.

O clipe tem direção da minha querida amiga Nani. Ficou muito bom.
Parabéns, baixinha!

Veja esse vídeo também no blog do Macondo Coletivo



E agora o clipe:



Ficha Técnica

Música:
Anda no Ar (Gravada no Estúdio Rocklab, Goiânia/GO, em maio de 2010, com produção de Rinoceronte e Gustavo Vazquez)
Duração:
3:40m
Realização:
Alunos do Curso de Comunicação (Publicidade e Propaganda) da UNIFRA, Santa Maria/RS e Normal Pictures.
Direção:
Ariane Nogueira
Câmeras:
Alexsandro Pedrollo
Denis Carrion
Edição e Finalização:
Denis Carrion
Assistente de Edição:
Marlon Bertoncello
Produção:
Ariéli Martini
Assitente de Produção:
Bruno Appel
Apoio:
Macondo Coletivo, Ulbra Santa Maria/RS, UNIFRA Santa Maria/RS

8.7.10

A marca do paletó - Cont. Cap. 2

Ela dizia que era um grande enigma. Como o da Esfinge. "Decifra-me ou te devoro."
Que no fundo nem era tão difícil assim. Mas, mesmo assim, ela insistia em fazer mistério.
Eu não conseguia perceber um padrão. Nem hora, nem frequência. Muito menos, o que aquilo poderia significar. Se é que significava. As conversas eram vagas. Dispersas e, por isso, instigantes. Para uma próxima.

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Marta levou-me ao escritório para dizer coisas pouco óbvias. Suas feições mostravam desejo. Suas palavras tentavam - e conseguiam - esconder essa vontade de atacar meu corpo com o instinto de uma fera.
- Viemos aqui para eu poder me desculpar decentemente por ter esbarrado em você. Por eu ser tão despreocupada com pessoas como você. Sei que a sua vida não é fácil. Acho você bonito.
- Não estou entendendo, madame.
- Acho que bebi demais. Quer uma dose que conhaque? A vida é tão cruel. Quer ser meu amigo?
- Não acho que seria viável. Moro na periferia da Villa. Seu tio não aprovaria tal relacionamento. Preciso voltar ao trabalho.

Ao me virar, percebi que ela vinha em minha direção.
Puxou meu braço. Virei. Ela fixou os olhos nos meus. Tremi. No fundo meu plano estava funcionando. Tinha conquistado a peça principal do tabuleiro. Deixei-a me beijar.

Senti o cheiro da champanha misturado com sua saliva e seu suor perfumado. Teria arrancado seu vestido. Mas não podia correr riscos. Afastei-a e ela saiu da sala correndo.

To be continued...

2.7.10

A intransponível zaga do Toniho Lambari

Tem um amigo meu, o Toninho Lambari. Assitimos o jogo do Brasil contra a Holanda no meu telão de 76' lá em casa. Tomando um bom chimarrão.
Toninho é um cara gordo, mas muito gordo. Tão grande que botava medo em todos os atacantes nos jogos do colégio. Tinha quase a circunferência de um Fusca. Um chutão forte à meia distância. Azar de quem, ou do que, estivesse no caminho daquela perna canhota roliça.
O apelido é resultado de um veraneio em 1996. Uma onda de proporções de desastre natural derrubou o Toninho. Trouxe ele até a beira da praia com sua estrondosa barriga para cima. Parecia uma baleia encalhada na areia de Capão da Canoa. Você pode imaginar o tamanho do umbigo dele? Era comparável ao tamanho de uma caneca de chopp daquelas da Oktoberfest.
Eu, Cocóta e Scarpa nos assustamos com o buléu que o Toni levou e fomos correndo em direção a ele. Perguntamos se estava tudo bem e ele respondeu que sim, só que estava sentino algo estranho na barriga. Pensei que ele tinha machucado alguma costela. Era díficl algo atravessas gravemente aquela bela camada adiposa. Apalpei o lado esquerdo e ele falou que era na altura do umbigo. Olhei aquele umbigo gigantesco e cheio d'água. De repente, para minha surpresa, salta um peixe de dentro e segue rumo aos domínios de Poseidon ou Netuno. Não deu tempo de ver que peixe era. Mas ficou como lambari. A xacota foi eterna nos quatro dias restantes. E o apelido pegou e se mantém até hoje. É um fanfarrão esse Lambari.
Mas voltando às vacas magras. O Brasil perdeu para a Holanda e foi desclassificado. Depois de uns quatro ou cinco minutos de reflexão, o Toninho largou: Cara, esse juíz acabou com o jogo.
Fiquei pensando por um tempo. E concluí que não é uma teoria descartável. Se analisarmos o jogo, as atitudes dos jogadores do Brasil foram de quem estava emocionalmente abalado. Irritados demais. O juíz japonês parava demais o jogo, truncava demais, conversava demais. Juíz de futebol tem um apito que serve para fazer valer a regra do jogo. Possui dois cartões, dos quais um serve de advertência e outro para exclusão. O time holandês (assim como o português) soube que a Seleção se descontrolaria e usou dessa arma para acabar com a possibilidade do Brasil jogar um bom futebol. Robinho esbravejou na cara de um adversário logo aos 5 minutos de jogo. Felipe Melo e Michel Bastos pareciam o Toninho Lambari. E sem estrutura emocional, o Brasil foi uma seleção qualquer e não a Seleção Brasileira.
Mas não foi só isso, é claro. Kaká deixou o futebol lá em Milão. Não levou para Madri e muito menos para o continente africano. Por cima, o melhor jogador do Brasil chutou apenas três vezes a gol durante a Copa.
Dunga mudou tarde e mal. Mas as opções não eram das melhores. Trocou L Fabiano por Nilmar quando deveria tirar o inoperante Kaká.
A seleção holandesa que tem os craques que tem se aproveitou de tudo isso e foi adiante na copa. E o hexa, como o peixinho do Toninho, foi para os braços dos senhores dos mares da Cidade do Cabo.
Contamos agora que nosso vizinho Uruguai desmonte nosso algoz.
Com todo respeito aos grandes zagueiros Lúcio e Juan: O Toninho Lambari não deixaria aquelas duas bolas passarem da linha do gol.

Agora nos resta esperar a Copa do Mundo do Brasil daqui a quatro anos.