24.10.06

Texto: Longe

Escuro. Onde estou está escuro. Há uma luz em algum lugar. E não consigo alcançar. Desde que acordei hoje nesse lugar, sinto um vazio, um torpor e vontade de gritar.
Gritar? ... é, gritar.
O fluxo descontínuo de pensamentos ruins vai acabando. Com a solidão, vou me acostumando.
As coisas estão todas indo para o seu lugar. A saudade está sendo uma companheira leal e paciente. Ouço ruídos e gente chorando. Gente se divertindo e gente se amando. Brigando.
Todos gritam mas, eu não posso.
E logo acima da luz que a mão não alcança está escrito: ESPERANÇA.
(Rodrigo Ricordi - dez/05 )

19.10.06

Entrevista: Marcelo Cabala


A Cooperativa dos Estudantes de anta Maria (CESMA) ofereçe um serviço formidável para a comunidade: o Cineclube Lanterninha Aurélio.

Então resolvemos fazer algumas perguntas sobre o cineclube a um grande participante e divulgador do movimento.
Nome: Marcelo da Silva (mais conhecido como Cabala).
Idade: 27 anos.
Ocupação: Atendente no acesso gratuito a internet na Casa da Cultura, organizador de excursões pra shows em POA. Já realizei viagens pra shows de Los Hermanos, Strokes e Pearl Jam, e faço parte da banda de samba-rock Alicerce Liberal, e toco percussão.
Função no Cineclube: Divulgação e projeção dos filmes, esta última, juntamente com o Marcos Borba.
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O que é um cineclube?
- É um espaço de exibição de filmes de forma gratuita e alternativa com a realização de debates sobre questões diversas, inclusive estéticas.
Como tu chegaste ao Cineclube Lanterninha Aurélio?
- Eu era um freqüentador assíduo das sessões desde 2003 e já querendo contribuir com a atividade comecei a fazer divulgação dos ciclos por conta própria. Então, um dos coordenadores do Cineclube, Paulo Henrique Teixeira, me convidou para fazer parte da equipe em 2005.
Quem sustenta o Cineclube Lanterninha Aurélio?
- A atividade é ligada a Cesma desde sua fundação em 1978.
Quais os gêneros dos filmes escolhidos para as sessões?
- Diversos. Os filmes são escolhidos pela equipe e organizados em ciclos temáticos, este mês, por exemplo, serão exibidos filmes com a temática Cyberpunk.
Qual o público que freqüenta as sessões?
- É um público bem diversificado que depende do filme que vai ser exibido no dia. Vão crianças, idosos, estudantes universitários e interessados em cinema.
Qual o procedimento para participar?
- Cara, é só chegar, a entrada é sempre gratuita, e as exibições acontecem todas as quartas no Centro Cultural CESMA - Auditório João Miguel de Souza (3º andar).
Endereço:
Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria.
Rua Professor Braga nº 55 - Centro - Santa Maria - RS
Informações:
Cesma (55) 3221 9165
Na Internet:
Orkut:

17.10.06

Música: Pata de Elefante

"A música instrumental brasileira tem salvação"
(Revista Bravo, jul/2005)

É possível imaginar o estrago causado por uma pata de elefante, não?
Sugere algo?
Pouquíssimos nomes, além desse, cairiam tão bem nesse trio.
Rock pesado. INSTRUMENTAL. Competente e envolvente.

A banda Pata de Elefante nasceu em 2002. Composta por Gabriel Guedes e Daniel Mossamann revezando baixo e guitarra e Gustavo Telles na batera. Com seu primeiro disco, (Monstro Discos, 2004) que recebe o nome da banda, já alcançou o país inteiro, recebendo boas críticas e ganhando espaço no centro do país. Os caras deram canja no Programa do Jô da Rede Globo, clipe na Mtv, compôs a trilha sonora para um filme alemão entre outras realizações.

O site da banda traz algumas músicas em mp3 para deixar as pessoas querendo muito mais. É recomendável que se tenha o disco para curtir e pirar com o som bem feito e empolgante dos caras. Vale a pena.

- A Pata de Elefante andou por Santa Maria no dia 7 de outubro deste ano. A apresentação foi no Macondo. Há boatos que foi um espetáculo de derrubar parede a patadas (de elefante? hehehe).

Site da Pata de Elefante:

13.10.06

Livro: Quando Nietzsche Chorou



Em ‘Quando Nietzsche Chorou’, Irvin D. Yalom faz uma empolgante mistura de fatos e ficção. Misturando a história da psicanálise e seus precursores, Josef Breuer e Sigmund Freud em uma trama de amor, traição na tentativa de livrar Friederich Nietszche de sua suposta doença. Doença essa que não pôde ser diagnosticada pelos melhores médicos da Europa do século XIX.
A bela jovem Lou Salomé incumbe o Dr. Breuer da difícil tarefa de salvar Nietzsche do suícido iminente exposto em suas cartas. Mas a maior dificuldade é que Breuer tem que tratar Nietzsche sem que ele perceba o envolvimento de Lou Salomé e seus amigos. Então é travada a batalha entre o médico inovador e o abismo obscuro da mente de Nietzsche.


Quando Nietzsche Chorou / Irvin D. Yalom; tradução de Ivo Korytowsi. 20ª edição. – Rio de Janeiro: Ediouro, 2005.

11.10.06

Entrevista: Marcos Rolim

A partir dessa semana as entrevistas do Blog serão com cidadãos santamarienses que fazem algo relacionado com a idéia do blog. Vamos começar com as perguntas, elaboradas pela equipe, feitas a Marcos Rolim.

Gostaria de agradecer mais uma vez ao Marcos pela atenção e o tempo gasto para responder às perguntas e questões.

A entrevista:

Gostaria que o senhor fizesse um resumo de seu trabalho na política desde o início.

- Iniciei minha militância muito cedo, com 15 anos, em plena ditadura militar, tentando organizar algum tipo de luta estudantil no Maria Rocha. Eu havia descoberto o marxismo, lia muito e havia tomado a decisão de me dedicar à “luta revolucionária”. Aos 16 anos, estava militando em uma organização clandestina e, quando entrei na UFSM, já me dedicava integralmente à militância. Por conta deste envolvimento, terminei desempenhando um papel no Movimento Estudantil em Santa Maria e no RS, assumindo posições de direção no DCE e na UEE. Vieram as eleições de 1982 e o grupo político ao qual eu me vinculava – que se integraria ao PRC em 1984 – entendeu que eu deveria ser candidato a vereador. O PT na época estava recém se formando na cidade e a maior parte da oposição ainda estava no PMDB. Fui, então, candidato e alcancei a maior votação da cidade. Foi tudo muito rápido e estranho, porque nunca havia me imaginado no parlamento. Na Câmara Municipal, um dos meus primeiros projetos de lei foi o que criava a Comissão de Direitos Humanos. Aprovado o projeto, fui o primeiro presidente da Comissão, por dois anos. Data desta época minha vinculação com alguns temas polêmicos como, por exemplo, a reforma prisional. Em 1984, com a derrota da campanha pelas eleições diretas, nosso grupo político fez a opção de entrar no PT. Por este partido, concorri à prefeitura em 1988, fazendo uma campanha diferente e alcançando uma votação que surpreendeu muita gente. A eleição para Deputado Estadual dois anos depois foi quase uma decorrência natural. Já nesta época, eu havia rompido com o marxismo e já tratava o tema dos direitos humanos como uma plataforma ética capaz de modular as opções políticas. Na Assembléia Legislativa, presidi a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos por 6 anos consecutivos, pautando muitos temas inovadores na política brasileira como a reforma psiquiátrica, a luta pelos direitos humanos de crianças e adolescentes, a promoção dos direitos civis de homossexuais, prostitutas e travestis e retomando temas clássicos como a luta contra a tortura e a violência policial, o racismo e a intolerância. Naquele período, por conta do trabalho que já desenvolvia nos presídios, terminei me interessando pelos desafios da segurança pública, tema no qual terminaria me especializando. Concebi e editei nesta época as primeiras 4 edições do “Relatório Azul”, um projeto que permanece até hoje e que, anualmente, lança o mais amplo relatório em direitos humanos publicado no Brasil. Em 1998, depois de cumprir dois mandatos como Deputado Estadual, fui eleito Deputado Federal. Na Câmara dos Deputados, presidi a Comissão de Direitos Humanos e organizei as Caravanas Nacionais de Direitos Humanos, outro projeto que terminou sendo institucionalizado e que permanece.

Quais foram os motivos que o levaram a deixar a política?

- O que deixei foi a pretensão de ter novos mandatos. Sigo fazendo política, mas apenas na condição de cidadão. Dois motivos definiram esta escolha: primeiro: não tenho mais disposição pessoal de conviver com determinadas pessoas – algumas inclusive do PT – que se corromperam e que são uma caricatura das lutas e dos sonhos de minha geração. Voltar ao parlamento e à disputa política seria o mesmo que me obrigar a agüentar uma turma de oportunistas que segue empoleirada em seus cargos e de quem eu só quero distância. Em segundo lugar: minha experiência de estudos na Inglaterra me mostrou que eu ainda tinha a chance de construir um caminho no mundo acadêmico que me permitisse produzir mais teoricamente e que esta opção poderia me assegurar uma vida mais feliz. Passados 4 anos, desde então, já posso dizer que esta intuição estava completamente correta.

Quais seus projetos, tanto como deputado estadual como federal que foram mais difíceis de serem aprovados?

- Na Assembléia, a Lei da Reforma Psiquiátrica foi a mais difícil. Primeiro, porque, na época, o conceito mesmo desta reforma era muito desconhecido no Brasil. Lembro que, uma vez, um deputado chegou a me dizer que eu só podia estar apresentando o projeto em causa própria, pois só um louco proporia proibir a construção de novos Hospitais Psiquiátricos – uma das determinações da lei. Bem, o projeto foi aprovado por unanimidade em 1992 e, desde então, nenhum novo manicômio foi construído no RS. Em contrapartida, seguindo as diretrizes da Lei, o RS possui hoje quase uma centena de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e as pessoas que padecem de sofrimento psíquico passaram a ser tratadas como cidadãs e não abandonadas nos labirintos manicomiais. Na Câmara dos Deputados, meus projetos nunca foram votados. No Congresso Nacional, quem define o que é votado é o governo, através de sua base de apoio. Quando fui deputado federal, o presidente se chamava Fernando Henrique e nenhum projeto de lei que contrariasse a opinião do governo era votado. Mesmo assim, influí bastante na aprovação de leis negociadas com o governo como a que criou o Programa Nacional de Proteção às Testemunhas, por exemplo.

O senhor é um dos maiores lutadores pelos Direitos Humanos no Brasil. Qual sua maior motivação para isso? Existe alguma identificação pessoal com a causa?

Minha formação moral, até os 12 anos pelo menos, foi profundamente cristã. Fui criando dentro da Igreja Metodista. Meu encontro com a militância apenas solidificou um compromisso com os excluídos, com os desgraçados. Com a idéia dos Direitos Humanos, entretanto, descobri que tudo aquilo pelo que eu lutava, que todos os meus sonhos de um mundo decente e justo, estavam ali. Bem, depois disso, a luta pelos Direitos Humanos me ofereceu aquilo que poucas pessoas possuem na vida: um sentido pleno.

O senhor participou de muitas discussões sobre Direitos Humanos pelo mundo, como Brasil é visto em relação a este assunto?

- Todos os que acompanham a situação brasileira nos fóruns internacionais sabem da gravidade das violações aqui cometidas. O Brasil tem recebido muitas pressões internacionais por conta disto, desde a época da ditadura militar. Este é o lado bom da globalização, a possibilidade de universalizar valores de liberdade e vida digna, de travar lutas e de desenvolver campanhas internacionais. A vitória de Lula em 2002 trouxe muita esperança em todo o mundo. Particularmente, acompanhei uma parte destas expectativas na imprensa européia ao longo de 2003 e pude senti-la de perto quando Lula esteve em Londres, pela primeira vez após sua eleição. Hoje, há um reconhecimento de que tivemos alguns avanços, mas há também uma sensação disseminada de que as autoridades brasileira e o próprio governo federal seguem devendo uma política coerente e sistemática capaz de fazer diminuir sensivelmente a dinâmica das violações aos direitos humanos no Brasil.

O seu livro “A Síndrome da Rainha Vermelha: policiamento e segurança pública no século XXI”, (2006, Zahar) é o resultado de uma pesquisa sobre segurança pública, realizada no Reino Unido. Quais medidas utilizadas no Reino Unido poderiam ser aplicadas efetivamente no Brasil?

- Não se trata de transpor medidas, mas de aprender com as experiências que asseguraram patamares de maior segurança em todo o mundo. Assim, por exemplo, o Brasil faria muito se nossos gestores em segurança pública firmassem uma forte colaboração com os centros de pesquisa sobre violência e segurança pública que já existem em algumas universidades brasileiras, rompendo com a improvisação, a demagogia e a reatividade de suas iniciativas. Poderíamos, também, começar a produzir, como em toda as nações mais desenvolvidas, diagnósticos em segurança pública com base em pesquisas de vitimização – algo em torno do que tenho insistido há pelo menos 12 anos, sem qualquer audiência no RS. Um estudo a respeito da experiência das políticas de segurança exitosas no mundo demonstrará, também, o erro de firmar uma concepção na área centrada na repressão e no agravamento das penas, como ocorre no Brasil há décadas. Uma política de segurança pública que se preze é aquela que submete inclusive suas iniciativas repressivas (de “law enforcemet”) à uma estratégia minuciosa de prevenção à violência e ao crime. Para saber como fazer isto, entretanto, você precisará ler meu livro (risos...)

O senhor, que já exerceu um cargo político como Deputado, como avalia a situação do Brasil diante dos escândalos políticos atuais?

- A política brasileira é um mercado persa. Os escândalos atuais apenas demonstram que a instituição política brasileira (seus partidos, seu modelo eleitoral, sua cultura, etc.) é mais forte que as intenções reformadoras. Assim, o PT, que se colocou o objetivo de reformar a política brasileira, terminou sendo reformado por ela, no pior sentido comportado pela expressão. Nosso modelo eleitoral é uma piada de mau gosto onde o eleitor é chamado a escolher pessoas e não programas. Por isso, encontra-se de tudo em campanhas: promessas, agressões, mentiras, compra de votos, uso da máquina pública, abuso do poder econômicos, caixa 2, demagogia, etc. só o que não se encontra são idéias sérias. Os poucos candidatos que se arriscam a fazer campanhas eleitorais a partir de uma plataforma responsável e sendo coerentes com seus princípios, terminam enfrentando enormes dificuldades. A maioria deles vai sendo progressivamente descartada. Na outra ponta, quanto mais ordinária e criminosa for a conduta do político tradicional, mais chances ele terá de produzir as condições ideais para a sua eleição. O modelo, então, seleciona cada vez mais os piores, com as respeitáveis exceções conhecidas. Quanto à disputa que caracteriza o atual momento político, parece óbvio que o PT está pagando o preço por ter permitido ser dirigido por um grupo de mafiosos e, mais, por não ter se livrado deles quando podia. Agora, ver o PFL e o PSDB acusando o PT por “falta de ética” me faz lembrar um comentário da Bruna Surfistinha. Parece que ao ser perguntada sobre o recente vídeo com Daniela Cicarelli e seu namorado na praia, a ex-garota de programa teria dito que Cicarelli “passou dos limites”. É mais ou menos isso, compreende? O PSDB e o PFL tem a “moral” da Bruna Surfistinha e só vê limites na atividade dos outros. Aliás, essa história de agir sem limites é própria das psicopatias e é incrível como a política brasileira atrai pscicopatas.

Na era Lula, depois dos sucessivos escândalos que pouco afetaram a popularidade presidencial, o tema da reforma política nunca esteve tão em alta. E com este termo surgiram entre diversas propostas entre elas duas bastante relevantes, e gostaríamos de saber de sua opinião sobre a 'cláusula de barreira' e o voto distrital.

- A “cláusula de barreira” é, na verdade, uma cláusula de desempenho. Trata-se de um instituto profundamente democrático que delega aos eleitores a responsabilidade de definir quais os partidos que terão o registro definitivo, acesso ao fundo partidário e espaços de propaganda gratuita e de liderança no parlamento. Graças a ela, poderemos acabar com as siglas fantasmas que nada representam e que são, via de regra, manipuladas por interesses inconfessáveis. É claro que ela prejudica alguns partidos menores que possuem uma proposta respeitável, mas tais agremiações podem seguir lutando para crescer e se, de fato, são diferenciadas das já existentes devem prosseguir. Já o voto distrital é uma proposta totalmente anti-democrática destinada a configurar o bi-partidarismo já que, por este idéia, os parlamentares eleitos passam a ser o resultado de votações majoritárias nos distritos. Ou seja, com o voto distrital as minorias são alijadas do parlamento. As principais reformas eleitorais a serem alcançadas são, pelo contrário, a introdução das listas fechadas para as eleições proporcionais (o eleitor vota no partido de sua preferência e não em candidatos) e a proibição do financiamento privado das campanhas. Se tivermos, em uma eleição, apenas meia dúzia de campanhas nacionais – aquelas feitas pelos partidos em favor de suas listas – as campanhas serão muito baratas e poderão ser financiadas pelo orçamento da União. Se seguirmos com o voto individual, manteremos todas as distorções do sistema atual que em São Paulo, por exemplo, elege Maluf e Clodovil e que no RS faz do “homem do tempo” da TV o deputado estadual mais votado.
Para saber mais sobre Marcos Rolim e Direitos Humanos:
*Agradecimento especial para a Amanda e o Cássio que ajudaram nas perguntas e para a Luiza pela divulgação do blog na Radio Atlântida.

10.10.06

Renato Russo

Renato Manfredini Junior
Renato Russo
Urbana Legio Omnia Vincit
Força Sempre
27/3/1960 - 11/10/1996

9.10.06

Programação da semana

A princípio, não teremos posts essa semana.

Motivos:
  • algumas reformulações;
  • falta de tempo;
  • conseqüentemente, falta de material.

Até breve.

Abraços

5.10.06

Livro: Tarja Preta


Tarja Preta

Pedro Bial
Adriana Falcão
Luiz Ruffato
Jorge Furtado
Márcia Denser
Jorge Mautner
Isa Pessôa


Este livro traz sete contos maravilhosos e muito engraçados em que seus personagens são unidos por um elo forte: todos dependem de um remédio tarja preta para serem bem sucedidos.

Cada conto descreve seus rituais, manias para uso do remédio e sua dependência...

Um toma remédio e se torna invisível. Outro para ser melhor na cama. Outro para escrever. Um senhor lembra de seu time de botão onde cada jogador recebia o nome de um remédio e outras histórias.
Um livro delicioso e sem compromisso.

Vele a pena.

Tarja Preta / Luiz Ruffato... [et al.] – Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.

3.10.06

Conto: ...

estavam conversando à beira da lareira sobre como era difícil amá-lo.
meia hora de discurso sobre como ele é esquisito, bem mais esquisito que ela. mas ela apaixonara-se por ele.

ele tinha todos os defeitos do mundo, mas havia horas em que se tornava um rei. completamente dono de toda a cultura da existência da vida na Terra. sempre se vangloriava de seus feitos em outras vidas. dá show em qualquer evento. domina todas as línguas, quem sabe até as dos animais, porque não?

ela é meiga. sorridente. falante. pensante. pulante. SALTITANTE de vida. vê sempre algo de bom em um desastre. sofreu a vida toda de amor. um dia resolveu parar. desligou. murchou. o encontrou ali sentado. estendeu a mão. ele sorriu. aceitou o afago.

ela mal sabia o que ele planejara. trocou a blusa. botou uma amarela. o perfume mais perfumado dos perfumes que a fazia planar sobre o chão.

ele sabia o que tinha planejado. disse adeus para seus livros, seus quadros e para sua música linda que soava alento à sua dor. lembrou de toda a angústia e sofrimento que sentiu devido aos encontros mundanos. foi ao lugar marcado.

amo você, disse ela.

eu não amo você. e não quero amar você. não vou conseguir amar você da mesma maneira.

disse adeus. e pulou.

depois de muito vinho e lenha queimada, chegou-se à conclusão de que pra ele era mais difícil ser amado do que amar. e isso ele não pode suportar.

2.10.06

Música: Graforréia Xilarmônica


A banda que vai embalar o blog essa semana é a Graforréia Xilarmônica.

Formada em 1987 por Frank Jorge (voz e baixo), Marcelo Birck (voz e guitarra), Carlo Pianta (voz e guitarra) e Alexandre Birck (bateria), a Graforréia lançou sua fita demo ‘Com Amor Muito e Carinho’ em 1988 e logo estourou com o seu maior hit ‘Amigo Punk’ que hoje é cantado em coro em toda roda de violão por jovens em todo o RS. O primeiro disco, ‘Coisa de Louco II’ só veio em 1995 com o clipe da música ‘Você foi Embora’ sendo exibido na Mtv Brasil e o segundo em 1998, já sem Marcelo, recebeu o nome de ‘Chapinhas de Ouro’. Em 2000 a banda decidiu parar de tocar alegando estar, simplesmente, de saco cheio e sem maiores explicações. Hoje a banda toca exporadicamente para o grande público, mas pode ser vista em bares de Porto Alegre.

A banda Mineira Pato Fu gravou duas musicas da Graforréia. ‘Eu’ no disco ‘Ruído Rosa’ e ‘Nunca Diga’ no ‘Televisão de Cachorro’.

Em 2005, Graforréia Xilarmônica e Los Hermanos fizeram um show memorável no bar Opinião em Porto Alegre.

Site da Graforréia Xilarmônica (em construção)

28.9.06

Entrevista: Rodrigo Amarante


Rodrigo Amarante fala sobre a viagem do Los Hermanos a Portugal

Entrevista publicada em março de 2006 pelo site Disco Digital.

As reacções portuguesas a um grupo menos imediato. Um conjunto de músicos que obriga a uma espiral de interesse do interessado.

A plateia é bastante diferente. É menos dada. Tem um comprometimento maior no sentido em que está ali prestando atenção e ouvindo, tentando envolver-se e não vai entregar-se na primeira explosão de luzes que houver. Até porque no nosso concerto não há explosão de luzes (risos). Somos um pouco contra esses artifícios. No começo dos concertos as pessoas estão atentas, com a cara um pouco franzida. Com o decorrer do espectáculo os músculos faciais vão-se relaxando. As pessoas entregam-se. Não é uma histeria como estamos acostumados. Mas dá para ver que gostaram. As nossas músicas são muito diversas no nosso repertório e numa hora entram músicas de vários géneros diferentes. O concerto começa bem calmo (músicas do último disco) depois vai ocupando espaço e tendo uma dinâmica.
A entrevista na íntegra pode ser vista no link abaixo:

Livro: On The Road

On the road

Pé na estrada.

Jack Kerouac (1922-1969) escreveu esse livro que é considerado pela crítica a bíblia Hippie e um retrato de uma geração Beat nos Estados Unidos do final da década de 30 e durante a de 40. Mostra o underground de cidades americanas como Denver, Nova Orleans, Chicago e seus be-bops pela madrugada, muita droga, música e promiscuidade.

Essa grande obra conta a extraordinária jornada de um jovem, nem tão jovem, americano pelos Estados Unidos na década de 40. Motivado por uma certa adoração a outro jovem chamado Dean Moriarty, a quem foi apresentado a fim de ensinar a ser escritor, Sal Paradise sai em busca de aventura atravessando seu país de Nova Iorque a Denver pegando carona com os mais diversos tipos de motoristas. Nessa viagem conhece muitos outros pares de aventureiros, que obviamente conhecem Dean Moriarty, e a partir daí sua vida muda. Passa a ser um viajante (daí o nome do livro) de lá para cá e de cá para lá. Marca encontros em cidades nos mais variados estados. Apaixona-se diversas vezes. Se “casa” algumas. E durante essas viajens e viagens questiona-se sobre a importância delas, sobre como será seu futuro, se isso um dia vai acabar, se Dean é bom ou mau, se Dean realmente se importa e gosta dele, enfim...

Livro facílimo de ler. Não se consegue parar até o final. São aproximadamente 380 páginas de delírios de uma autobiografia detalhada aos extremos.
Agradeço à minha amiga Olívia que presentiou-me com esse livro em meu aniversário.
Hasta!

27.9.06

Música: The Magic Numbers



Esses aí ao lado são The Magic Numbers. O blog essa semana será embalado por essa canção "WhichWay to Happy" do primeiro álbum, que leva o nome da banda.

The Magic Numbers surgiu em 2005 em Londres. é composta por dois casais de irmãos: Romeo (guitarra e vocal) e Michele (baixo); Sean (bateria) e Angela (melódica).

Com seu estilo indie-pop + rock + jazz + enfim um monte de coisas foi de cara indicado ao Brit Awards 2006.




Pretendo, a cada semana, mostrar uma banda diferente e falar algo sobre a mesma.

Hasta!

26.9.06

Conto: Perfume de Rosas

bom dia Carlos Eduardo! era o que repetia todas as manhãs o maldito despertador. como de costume numa manhã de quarta-feira, sem abrir os olhos, sem procurar ela ao lado da cama, apenas inclinei o pescoço e puxei a Aspirina e o copo d'água e tomei... voltando a deitar... no mesmo momento em que passa pela minha cabeça a noite anterior. Lock Café, 23h 30min de terça. como quarta é meu único dia de folga, meu destino na noite de quarta é o Lock. meu endereço até as duas da manhã é esse. depois das duas meu endereço é a cama, só ou bem acompanhado. geralmente muito bem acompanhado. quarenta anos, descendente de índios, porte atlético... sinônimo de boa companhia noturna. naquela noite algo me cheirava podre: não ia rolar... mas entro no bar, vinho branco Italiano, Marlboro. rosas? era de rosas o perfume que senti à distância. mulher conhecida do barman. "gente finíssima" disse ele. ótimo. perfeito. sentou do meu lado no bar e disse: "o que faz um índio tão belo a milhas da floresta?".... que voz! algo mexeu na minha calça com aquela pergunta. vai rolar! "o que faz uma dama ao lado de um índio que não o leva pra lá?" mais um centímetro perto eu caía duro! ofereci um cálice do meu vinho (só eu bebia aquele vinho... acho que não era dos melhores), ela preferiu tequila... tenho certeza que vai rolar! quatro tequilas e estávamos na mesa 10 (a MINHA mesa). "quantas mulheres já sentaram aqui com você?" - "algumas dúzias eu diria." achei que tinha dito bobagem... que nada! os bicos dos seios dela queriam sair do vestido. faltavam dez minutos para as duas. vou arriscar a noite. "na sua casa ou na minha?...ahn... para um café." - "na sua." nossa, essa foi uma das melhores que minha cama já viu... entramos no meu escritório-apartamento. fui fazer o tal café. "avontade Laila.. a casa é sua." voltei com o café e ela já tinha despido boa parte do seu lindo corpo.. sem roupas, o cheiro exalava com mais vigor de seu corpo. fazia 32 graus aquela noite. o suor escorria do pescoço até o seio direito e eu o parava com minha boca. minha mão apertava o seio esquerdo. ela gostava disso. depois todo o suor do meu corpo corria para onde ela parava com a boca. nossa! que boquete! depois foram umas três ou quatro. achei que tinha uma mulher! vou me casar! olhei no relógio pela última vez e marcava 5h. bom dia Carlos Eduardo! hora de acordar. tomei a Aspirina e dormi mais um pouco pra fazer efeito. bom dia Carlos Eduardo! agora sim! quem sabe mais uma antes do café? meu braço não encontrou corpo nenhum... eu não encontrei nada na minha carteira... caí! eu caí! ... no "conto do vigário". dizia no maldito bilhete!

Reconhecimento do terreno

Estou migrando para o Blogger.
Vi alguns blogs daqui e gosteu muito e já estava incomodado com o blog antigo.

Em breve vou começar a postar meus textos, alguns de lá e alguns novos, é claro.