19.6.09

Com diploma, sem diploma, com diploma, sem diploma, com diploma, sem diploma, com diploma, sem diploma, com diploma, sem diploma...

Ainda está fervendo demais essa questão do diploma. Onde? Internet e minha cabeça.
A internet é o único meio onde isso pode ser amplamente debatido.
Falo de um “lugar” além dos pátios de universidades, salas de aula e em barzinhos. Ah, porque, sim, jornalistas gostam de barzinhos! Na verdade os jornalistas vão passar a observar de perto os cozinheiros dos barzinhos (aquele que frita a batata, fecha a panqueca, põe água no arroz), já que, segundo o tal Gilmar Mendes os cozinheiros serão concorrência para vagas de jornalista.
Eu até seria um pouco desaforado de dizer que o problema do jornalismo são esses senhores de 742 anos que acharam um jornalismo suado há poucas dezenas de anos e fizeram dele o jornalismo que temos hoje. E por eles ainda estarem lá tudo que veio depois foi moldado por eles mesmos. E esses mesmos trancam redações com pensamentos daquelas épocas. Assim outros que não estudaram jornalismo e se intitulam jornalistas seguem atuando porque passaram boa parte da vida socados numa redação aprendendo a ser jornalista. Como se se aprendesse jornalismo dentro de uma sala com uma TV passando o Jornal Nacional e um manual de redação embaixo do braço escrevendo quem?, como?, quando?, onde?, o que? e por quê? o seu editor ou o dono do jornal encomendou.
Já li argumentos diversos de defesa e de ataque aos doutos ministros do STF (a expressão doutos ministros saiu de uma das leituras) e há quem argumente que o problema do jornalismo não é o diploma (qualquer tartaruga sabe que não é) e sim a academia.
Outra questão é a das grandes empresas. A convergência das mídias está deixando todo mundo um pouco maluco e sem saber pra onde ir e como ir, na verdade. Na era da internet temos que ter profissionais capazes de trabalhar com as ferramentas virtuais e esse profissional vai ser caro. E caro com justiça.
Eu estudo em uma universidade que está muito bem preparada para formar esses ditos-cujos (li por aí que os jornais impressos estão em decadência e a busca por alternativas está difícil por culpa das academias que não preparam os futuro jornalistas para a convergência). Me dei o trabalho de olhar sites de universidades e pelos planos e espaços físicos, acho difícil isso ser verdade.
Tudo isso é um grande assunto para bons tempos de discussão. Julgo esse ato do STF como regressão e autoritarismo (mesmo sendo autoritarismo de quem comandou esse julgamento... Globo?... opa escapuliu...).
Eu sempre corrijo quando uma pessoa diz que “faz” curso tal. Mas desde ontem todo estudante de jornalismo FAZ um novo curso de jornalismo.

5 comentários:

  1. Eu acho tudo isso uma vergonha ! Num primeiro momento me fez pensar que perdi cinco anos da minha vida dedicados a buscar a obtenção do meu diploma . Mas no fundo sei que nada substitui o aprendizado que formou o profissional que sou hoje .

    Abraços .

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  2. É nesse sentido que devemos pensar a partir de agora.. não que não se pensasse assim antes. é o que nos resta de consolo nesse primeiro momento.

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  3. espero te ver na praça saldanha marinho, sábado, 10h30.

    Circo contrata palhaços registrados ou aprendizes

    De jornalistas profissionais a palhaços com registro
    E queremos ver o circo pegar fogo!

    Venha e participe!
    Manifesto pela obrigatoriedade do diploma para jornalistas
    Faça cópias do seu diploma, vista seu nariz de palhaço e defenda a profissão

    Sábado, 20/06
    10h
    Praça Saldanha Marinho - Santa Maria.

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  4. Tive um exemplo prático de desespero e falta de informação de alunos de 1º período de jornalismo. Aqui na minha faculdade (estou no 7º período) – algumas pessoas apareceram desesperadas na coordenação porque acreditaram que o diploma não existiria mais. Bom,
    Cá pra nós – mais informados – sabemos que não é bem assim, ainda teremos diplomas, só que sem a obrigatoriedade dele para exercer a profissão. A questão não é o canudo em si, mas como agiremos a partir da agora. Penso num conselho de ética que possa representar nossa classe (uma espécie de conar dos publicitários) já que é imensamente difícil encontrar ética entre os diplomandos (de qualquer curso) então imagina sem a obrigatoriedade? Já pensou nisso? Inúmeros veículos de comunicação que não terão a necessidade de ter um jornalista responsável, ou então médicos, psicólogos, dentistas elaborando matérias jornalísticas totalmente tendenciosas...Porque, sim eles são autoridades pra falar sobre suas profissões, mas não...Eles não sabem distinguir o que é notícia e sequer saber explicar o que significa uma pirâmide invertida, um lead.
    A minha preocupação está no piso salarial que vai abaixar e na qualidade de informação que teremos a partir de agora. Quanto a competição entre não formados e formados. Nenhum medo, pois tenho certeza que empresas sérias de comunicação continuarão exigir mão de obra qualificada. A menos que eles resolvam voltar no tempo e contratar mão de obra barata, porém desqualificada.
    Gostei do seu blog e estou te seguindo
    bjo

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  5. Rodrigo! Tens razão quando falas que as academias não estão preparando os alunos atuarem num cenário de convergência das mídias. É por aí mesmo...
    Não há motivo para tanto desespero. nossos diplomas têm valor sim, nosso estudo não foi em vão. Assim como não se aprende jornalismo socado numa redação, como tu diz, também não se aprende jornalismo em quatro anos de faculdade.

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