22.5.11

teatralizo

quando da boca do palco estende a mão e sorri
quando joga o cabelo molhado
do suor dos aplausos que te dedico
nos sonhos daquelas noites
em que és tão presente quanto teu cheiro
ao lado do travesseiro
quanto aquela mão apertada que sorri
dizendo calma
teatralizo quando te sigo até o profundo da noite
e te afago o dorso
quando o vapor de mate com mel aquecem tuas tensões
quando te afogam e quando te casas
quando te iluminam e quando te apagam
quando és mais que uma
ou quando és a luz e a estrela e o chão
quando tua feição me dá impulso
quando teu riso obriga o meu a nascer
quando o meu ranço vira piada e some
teatralizo ao dizer teu nome

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