16.2.11

depois que leu o que tinha escrito...

depois bem depois que leu o que tinha escrito ele pensou que poderia ter sido uma pessoa melhor durante a vida toda e que quase quase quase era tudo errado e que de nada da vida tinha feito gozo pleno como uma ejaculação precoce ou o efeito do lança perfume que já nem era mais tão bom assim de uma época pra cá e de uma época pra lá que iam os anos e ficavam mais escuras as pretensões de felicidade ou de deixar de cuspir propostas irrecusáveis a pessoas nem muito como as propostas jogadas em sua própria mania de ser como são assim assim como ele mesmo pensava que era grande coisa e no fundo era só um sapo oportunista e sugador de energias de pilhas enferrujadas e gastas pelo uso descabido da nobreza de ser ou pensar ser útil para alguma coisa inútil e a pilha gasta e o corpo morre como morre o sapo depois de ser picado e esmagado pela cobra que vive circulando nos melhores bares da cidade como se tocasse uma canção de ninar para bebezinhos que correspondem ao sentimento recíproco de afetividade efêmera que é tão tão tão rápida que quando vê já não é mais e quando vê é uma história mal contada sem início nem meio nem fim satisfatórios e depois bem depois que leu o que tinha escrito pensou que deveria ter sido aquela pessoa que se considerava preciosa e não pensar que preciosos são os outros

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