29.6.10

Minha querida R2

Desde 1977, o mundo vê a convivência de dois dróids inseparáveis. George Lucas criou um universo que contém dois robôs que se completam, se ajudam e, por que não, se gostam.
C-3PO e R2-D2 são personagens importantíssimos na saga Star Wars. Eu gosto desses filmes. Eu assisto esses filmes sempre que tenho a oportunidade. A sacada do George Lucas foi genial ao criar esse mundo do futuro que é tão igual ao nosso. Aquele vilão inocente, criado por um vilão pobre de espírito. O vilão mitológico que virou vilão porque matou sua amada. Levanta discussões sobre espaços públicos e privados, escravidão, trabalho infantil, tortura, corrupção e golpes de Estado. Um dos grandes xodós do mundo nerd com todos os efeitos especiais.
Mas eu estava falando dos dróids. Sou um cara de estatura mediana e magro. Desengonçado, pés tortos e um pouco disléxico. Avoado e um pouco ansioso. Tenho essa obsessão por escrever. Tenho facilidade com ferramentas de mídia eletrônica. Poderia dizer que sou quase um C-3PO.
Lembrei disso porque ontem uma das mulheres que eu mais considero (depois da minha mãe e as progenitoras dos meus pais), disse publicamente que prefere trabalhar junto comigo. Segundo ela, a gente funciona bem junto e nos completamos. Um pouco surpreso - usei uma das minhas ferramentas especiais para momentos de embaraço - fiz a piada de que ela pensa e eu executo. Meus olhos marejaram de orgulho e uma emoção considerável me envolveu. Juro que fiquei muito sem jeito. Ela, o cérebro. Eu, a máquina. Igualzinho à dupla robótica. Eu tenho minha R2 (aaRtchu - na pronúncia em inglês) desde o início deste século.
Acho que eu nunca tinha manifestado aqui, e tão abertamente, o que a minha relação com a baixinha significa. E nem precisa. Ela sabe.
Uma pena que tenhamos que morrer um dia.
Nesse caso, eu gostaria que fôssemos feitos de lata.

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