8.7.10

A marca do paletó - Cont. Cap. 2

Ela dizia que era um grande enigma. Como o da Esfinge. "Decifra-me ou te devoro."
Que no fundo nem era tão difícil assim. Mas, mesmo assim, ela insistia em fazer mistério.
Eu não conseguia perceber um padrão. Nem hora, nem frequência. Muito menos, o que aquilo poderia significar. Se é que significava. As conversas eram vagas. Dispersas e, por isso, instigantes. Para uma próxima.

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Marta levou-me ao escritório para dizer coisas pouco óbvias. Suas feições mostravam desejo. Suas palavras tentavam - e conseguiam - esconder essa vontade de atacar meu corpo com o instinto de uma fera.
- Viemos aqui para eu poder me desculpar decentemente por ter esbarrado em você. Por eu ser tão despreocupada com pessoas como você. Sei que a sua vida não é fácil. Acho você bonito.
- Não estou entendendo, madame.
- Acho que bebi demais. Quer uma dose que conhaque? A vida é tão cruel. Quer ser meu amigo?
- Não acho que seria viável. Moro na periferia da Villa. Seu tio não aprovaria tal relacionamento. Preciso voltar ao trabalho.

Ao me virar, percebi que ela vinha em minha direção.
Puxou meu braço. Virei. Ela fixou os olhos nos meus. Tremi. No fundo meu plano estava funcionando. Tinha conquistado a peça principal do tabuleiro. Deixei-a me beijar.

Senti o cheiro da champanha misturado com sua saliva e seu suor perfumado. Teria arrancado seu vestido. Mas não podia correr riscos. Afastei-a e ela saiu da sala correndo.

To be continued...

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