19.5.10

Vem d'onde?

Venho do tempo que anda
Da porta da casa que fecha
Do cheiro do escuro
Do parto do avesso

Da ponta da história
Do vai-e-vem das entranhas
Das pernas convexas
E dos pensamentos sem memória

Que bela clave de sol encontrei na janela
Que tempo vil que me prende
Que dito de quebra-costela
Quebrando o coração se entende

Venho de lá
Dali
De longe
Quase de ti

Vou nadar no vão sem cor
Vou despular do fundo
Vou afundar
Até chegar onde parti

Rodrigo Ricordi - duas da madrugada de dezenove de maio de dois mil e dez (muitos dês)

2 comentários:

  1. às vezes é preciso que nos percamos para encontrar de verdade quem realmente somos. seja de onde vieres, "dali, de longe", por aqui, por Alli, por Ti, a dor é a mesma, as interpretações infinitas.

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  2. Boa Rodrigo, e não se perca do tempo, ele passa cara.
    Bem, qualquer coisa eu estarei em meu blog (http://jefhcardoso.blogspot.com), onde falei sobre os dois dias que nos resta de vida.

    Abraço do Jefhcardoso.

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